Comunidades estratégicas de apoio ao empreendedorismo de impacto socioambiental: estudo de caso da "Comunidade B" de Pernambuco, Nordeste do Brasil

Ítalo Leal Ferreira de Almeida , Renata Maria Caminha Mendes de Oliveira Carvalho e Marília Regina Costa Castro Lyra

Resumo
Os desafios sociais e ambientais são gigantes no Brasil e claramente o Governo, as organizações da sociedade civil e os cidadãos não dão conta de resolver os problemas sozinhos. Negócios mais conscientes que compreendem o seu papel como parte ativa na solução dos problemas da sociedade surgem para contribuir de forma positiva no mundo, atrelando lucro a impacto positivo. Para tanto, é preciso quebrar velhos paradigmas que apontam que todas as empresas são as vilãs, em detrimento de novos paradigmas que trazem uma nova economia baseada no impacto positivo. Sendo assim, esse trabalho visou a contribuir para o fortalecimento das comunidades e ecossistemas de empreendedorismo de impacto socioambiental positivo. É esperado que essa pesquisa ajude a crescer o número de iniciativas que monitoram e compartilham os seus impactos positivos gerados, inspirando a criação de novos negócios mais conscientes e sustentáveis. Este trabalho teve como objetivo analisar a Comunidade B do Estado de Pernambuco, verificar como ela funciona e identificar seus pontos de melhoria, analisar como a certificação B ajuda os empreendedores de impacto, identificar o uso de indicadores de impacto positivo pela Comunidade B e sugerir aprimoramentos. A metodologia utilizada nesta pesquisa teve como base o estudo de caso e entrevistas semiestruturadas com 11 Multiplicadores B formados pelo Sistema B. Como resultado foi possível observar um cenário de expansão dos negócios de impacto, baseado no aumento de capital disponível para investir nesse tipo de modelo de negócio, aumento do debate em Environmental, social and corporate governance (ESG), consumo consciente e mudanças climáticas e a busca cada vez maior por atuação com propósito e impacto socioambiental positivo. Também é possível perceber que há uma tendência natural das empresas colaborarem mais entre si e que é de fácil percepção o quanto ecossistemas de empreendedorismo como a Comunidade B ajudam os empreendedores por meio do fomento ao networking, apoio mútuo e conhecimento sobre os temas relacionados aos negócios de impactos socioambientais. Como sugestões de melhorias têm-se, aumentar o engajamento e a frequência dos eventos, profissionalizar o voluntariado, começar a medir o impacto causado, investir na informação e educação de líderes, melhorar a comunicação, realizar rodadas de negócios e buscar por financiamento.

Palavras-chave
ESG; Indicadores de impacto; Impacto positivo; Multiplicadores.

Abstract
Strategic communities to support social and environmental impact entrepreneurship: A case study of the "Community B" of Pernambuco, Northeastern Brazil. The social and environmental challenges are huge in Brazil and clearly the Government, civil society organizations and citizens cannot solve the problems on their own. More conscientious businesses that understand their role as an active part in solving society's problems and emerge to make a positive contribution to the world, linking profit to positive impact. Therefore, it is necessary to break old paradigms that point out that all companies are the villains, to the detriment of new paradigms that bring a new economy based on the positive impact caused by for-profit and non-profit organizations. The proposal is to measure the success of an organization by its ability to promote well-being to people, society, and nature. A new focus of action beyond profit at all costs. Therefore, this work aimed to contribute to the strengthening of communities and entrepreneurship ecosystems with a positive socio-environmental impact. It is expected that this survey will help to grow the number of initiatives that monitor and share their positive impacts generated, inspiring the creation of new, more aware, and sustainable businesses. This work aimed to analyze Community B in the State of Pernambuco, verify how it works and identify its points of improvement, analyze how certification B helps impact entrepreneurs, identify the use of positive impact indicators by Community B and suggest improvements. The methodology used in this research was based on the case study and semi-structured interviews with 11 Multipliers B trained by System B. As a result, it was possible to observe a scenario of expansion of impact businesses, based on the increase in capital available to invest in this type of business model, increased debate on Environmental, social, and corporate governance (ESG), conscious consumption and climate change and the increasing search for action with purpose and positive social and environmental impact. It is also possible to notice that there is a natural tendency for companies to collaborate more with each other and that it is easy to see how much entrepreneurship ecosystems like Community B help entrepreneurs by fostering networking, mutual support, and knowledge about business-related topics of social and environmental impacts. Suggestions for improvements include increasing engagement and the frequency of events, professionalizing volunteering, starting to measure the impact caused, investing in information, and educating leaders, improving communication, holding business roundtables and seeking funding.

Keywords
ESG; Impact indicators; Positive impact; Multipliers.

DOI
10.21438/rbgas(2022)092110

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ISSN 2359-1412