Vol. 8, No 20, p. 1419-1440 - 31 dez. 2021
Práticas sustentáveis no manejo do efluente produzido em Instituição de Educação Superior
Luana Hainzenreder Bauer , Alexandre Arenzon e Russel Teresinha Dutra da Rosa
Resumo
As Instituições de Educação Superior (IES) são responsáveis por se constituírem como espaços educadores sustentáveis, configurando-se em modelo e referência para a sociedade. Para isso, uma ação crucial é a gestão dos efluentes produzidos, a qual é fundamental para conservar os corpos hídricos receptores e seus ecossistemas interligados. Assim, por meio da Educação Ambiental, a sustentabilidade nos âmbitos social, ambiental e econômico pode ser promovida. Este estudo quali-quantitativo analisa as percepções e os conhecimentos de 545 integrantes da comunidade acadêmica (estudantes, servidores técnico-administrativos e docentes) sobre o tratamento e a destinação do efluente no Campus do Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Brasil). O manejo do efluente é descrito e analisado a partir de indicadores de sustentabilidade e de práticas de outras IES nacionais e internacionais. Os dados obtidos através de um questionário online foram analisados estatisticamente pelo teste Qui-quadrado e, posteriormente, pelo teste Post-Hoc com Correção de Bonferroni, quando necessário. Os participantes mostraram conhecimento satisfatório com relação à composição do efluente, mas insuficiente sobre seu tratamento e destinação final. Quanto à abordagem do tema no ambiente acadêmico, a grande maioria da amostra não demonstrou ter interesse na busca por tais informações e indicou ínfima participação em eventos ambientais específicos sobre resíduos líquidos. Ações de Educação Ambiental e sua divulgação parecem insuficientes, assim como a formação profissional em práticas sustentáveis. Observou-se limitada articulação com autoridades do entorno urbano sobre a gestão do esgoto bruto adentrando o Campus e para a recuperação de áreas degradadas. Além disso, não foi observado reuso de água pluvial ou tratamento interno do efluente para irrigar áreas verdes ou o reaproveitamento do lodo residual como fertilizante, práticas que constituem um espaço educador mais sustentável. Portanto, práticas sustentáveis com relação ao efluente da universidade ainda requerem incentivos, tanto pela Administração Central quanto pela comunidade acadêmica. A publicização da gestão dos resíduos líquidos e das formações ofertadas pela Universidade pode ser amplamente melhorada, assim como a educação ambiental. Ainda assim, a participação da instituição no Green Metric University Ranking foi um passo importante conquistado a partir de 2017.
Palavras-chave
Desenvolvimento sustentável; Resíduos líquidos; Estação de
tratamento de esgoto; Conservação de corpos hídricos; Espaço
educador sustentável.
Abstract
Sustainable practices in the management of effluent produced at a higher education institution.
Higher Education Institutions (HEI) are responsible for establishing themselves as sustainable
educational spaces, serving as a model and reference for society. For that, one crucial action is to
manage the produced effluents, which is essential to conserve the receiving water bodies and their
interconnected ecosystems. Thus, through Environmental Education, sustainability in the economic,
social, and environmental spheres can be promoted. This quality-quantitative study analyses the
perceptions and knowledge of 545 academic members (students, technical-administrative staff, and
teachers) about the effluent treatment and disposal at the Vale Campus of the Federal University of
Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Brazil). The effluent management was described and analyzed based
on sustainability indicators and practices from other national and international HEI. Data obtained
through an online survey were statistically analyzed by the chi-square test and, subsequently, by
post-hoc test with Bonferroni correction, when necessary. Participants presented enough knowledge
regarding effluent composition, but insufficient about its treatment and final destination. As for
the discussion on the topic in the academic environment, most of the sample did not show much interest
in searching for such information, and indicated minimal participation in environmental events
addressing specifically liquid residuals. Environmental Education actions and their dissemination
were insufficient, as professional training in sustainable practices. There was limited articulation
with authorities from urban surroundings about the management of raw wastewater entering the Campus,
and the recovery of degraded areas. Furthermore, there was no reuse of rainwater and internal effluent
treatment to irrigate green areas or reclamation of residual sludge as fertilizer, practices that
constitute a more sustainable educational space. Therefore, sustainable practices concerning the
university effluent still require incentives from both Central Administration and the academic
community. Publicizing the management of liquid residuals and the University training regarding
chemicals disposal might be greatly improved, as well as the environmental education. Even so, the
institution participation in the Green Metric University Ranking was a major step achieved
as of 2017.
Keywords
Sustainable development; Liquid residuals; Wastewater Treatment Plant; Water bodies conservation;
Sustainable education space.
DOI
10.21438/rbgas(2021)082011
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