Revista Brasileira de Gestao Ambiental e Sustentabilidade (ISSN 2359-1412)
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Vol. 5, No 11, p. 849-858 - 31 dez. 2018

 

Impactos socioambientais provenientes do esgotamento sanitário a céu aberto



Maria Dilma Souza Teixeira , Isla Adriana Barbosa Bento , Layane Santos de Carvalho , Marta Cristina Silva Carvalho

Resumo
A atual situação caótica referente ao acesso aos serviços de saneamento básico de qualidade, especialmente o esgotamento sanitário, bem como os expressivos impactos socioambientais oriundos dessa situação, geram um cenário de decréscimo na qualidade de vida das populações humanas. O presente estudo teve como desígnio analisar os impactos socioambientais provenientes do esgotamento sanitário a céu aberto, além de buscar discutir as consequências desse sistema para a salubridade ambiental. A pesquisa foi elaborada com base nos preceitos de pesquisa exploratória com abordagem qualitativa a partir de uma revisão sistemãtica da bibliografia, na qual o levantamento de artigos foi realizado por meio de bancos de dados. Foram utilizados alguns critérios de seleção/exclusão dos trabalhos, totalizando, ao final, 21 artigos. Após a seleção, realizou-se uma leitura criteriosa dos artigos para, então, efetuar-se a coleta de dados. A partir dos dados selecionados, verificou-se que, em média, houve 12.068 mortes/ano relacionadas com a ineficiência do saneamento básico. Além disso, os dados indicaram que 2,35% das internações por amebíase, cólera, febre tifóide e outras doenças de veiculação hídrica no País foram causadas principalmente pela ausência/ineficiência do esgotamento sanitário. Constatou-se ainda que os indivíduos residentes em zonais rurais representam 80% das pessoas que ainda fazem uso de fontes inadequadas de água e 90% das que não têm acesso a banheiros apropriados, configurando o grupo de pessoas menos favorecidas economicamente. Acredita-se, portanto, ser necessária uma sensibilização da população para com os riscos oferecidos pela ausência de esgotamento sanitário, assim como para os seus direitos como cidadãos e as obrigações do poder público com relação à universalização do acesso a tais serviços.


Palavras-chave
Saneamento; Doenças; Acessibilidade; Políticas públicas.

Abstract
Socio-environmental impacts of open sewage. The current chaotic situation regarding access to good basic sanitation services, especially sanitary sewage, as well as the significant socio-environmental impacts resulting from this situation generate a scenario of declining quality of life of human populations. The purpose of the present study was to analyze the socio-environmental impacts of open sewage, as well as to discuss the outputs of this system for environmental health. The research was elaborated based on the precepts of exploratory research with a qualitative approach based on a systematic bibliographic review, using databases for the articles’ survey. Some criteria of selection or exclusion of the scientific works were used, totalizing to the end 21 articles. After selection, a careful reading of the articles was carried out in order to collect the data considered in this work. After the selection, a careful reading of the articles was carried out and data collection was carried out. From the selected data, it was verified that, on average, there were 12,068 deaths/year related to the inefficiency of basic sanitation. In addition, data indicated that 2.35% of hospitalizations for amebiasis, cholera, typhoid fever and other waterborne diseases in Brazil were mainly caused by the absence or inefficiency of sanitary sewage. It was also found that individuals residing in rural zones represent 80% of those who still use inadequate water sources and 90% of those who do not have access to appropriate toilets, making up the group of economically disadvantaged people. It is therefore believed that there is a need to raise the awareness of the population about the risks posed by the absence of sanitary sewage, as well as their rights as citizens and the obligations of public authorities regarding universal access to such services.


Keywords
Sanitation; Diseases; Accessibility; Public policies.

DOI
10.21438/rbgas.051104

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