Reflexões socioambientais para um estudo geo-histórico do Assentamento Nova Vivência, Município de Sapé, Estado da Paraíba, Nordeste do Brasil

Emmanuel Paulino Luna , Raquel de Lourdes de Miranda e Silva Carmona , Carlos André Macêdo Cavalcanti , João Carlos de Miranda e Silva , Cícero Sousa Lacerda , Hercílio de Medeiros Sousa , Érika Marques de Almeida Lima , Josemary M. Freire Rodrigues de C. Rocha , Patrícia Tavares de Lima , Luciano Honório de Carvalho e Natália Marques de Almeida Lima Miranda

Resumo
Este artigo tem como proposta apresentar uma abordagem geo-histórica, tendo como bojo principal o socioambientalismo, tomando como exemplo o Assentamento Nova Vivência, localizado na zona rural de Sapé, na Paraíba. Trata-se, portanto, de uma perspectiva histórica e social, que vai considerar uma comunidade de assentados como um grupo que representa uma forma de luta contra a opressão do capital latifundiário, que retirou o homem do campo do seu meio. Assim, é uma luta ressignificada, nos modelos dos levantes indígenas ocorridos no Brasil colonial, ou ainda, nas formações dos quilombos que legitimavam a liberdade do homem, associando-o à terra. Assim, nos tempos hodiernos, os assentamentos rurais são frutos de uma extensa luta pela terra no Brasil, portanto, núcleos capazes de contribuir de maneira eficaz para oferta de alimento de qualidade a população como toda, tendo em conta sempre o uso consciente do meio ambiente, numa interação harmoniosa com os ecossistemas.

Palavras-chave
Assentamento Nova Vivência; Geo-História; Socioambientalismo.

Abstract
Social and environmental reflections for a geo-historical study of the Nova Vivência Settlement, Sapé Municipality, Paraíba State, Northeast Brazil. This paper aims to present a geo-historical approach, having as its main focus the socioenvironmentalism, taking as an example the Nova Vivência Settlement, in the rural area of Sapé, Paraíba. It is, therefore, a historical and social perspective, which will consider a settlement community, as a group that represents a form of struggle against the oppression of landlord capital, which has removed man from the countryside. Thus, it is a resignified struggle, in the models of the indigenous uprisings that occurred in colonial Brazil, or in the formations of the quilombos that legitimized the freedom of man, associating him with the land. Thus, in modern times, rural settlements are the result of an extensive struggle for land in Brazil, therefore, nuclei capable of contributing effectively to the provision of quality food to the population as a whole, always taking into account the conscious use of the environment, in a harmonious interaction with ecosystems.

Keywords
Young people seated; Rural exodus; History teaching; Identity.

DOI
10.21438/rbgas.061323

Texto completo
PDF

Referências
Bauman, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

Belik, W. Desperdício, crise alimentar e banco de alimentos: Dia Mundial da Alimentação. Anais do Seminário Segurança Alimentar e Cidadania, NEPA/UNICAMP, 2013.

Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Diretrizes para o licenciamento ambiental de Projetos de Assentamentos de Reforma Agrária. 2006. Disponível em: <https://www.mma.gov.br/port/conama/processos/2E33140D/PropResolReforAgrariaVLimpa31CTAJ.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2018.

Braudel, F. Escritos sobre História. São Paulo: Perspectiva, 1992.

Capra, F. A teia da vida: Uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. 11. ed. São Paulo: Cultrix, 1996.

Cavedon, F. S.; Vieira, R. S. Socioambientalismo e justiça ambiental como novas perspectivas para o Direito Ambiental: contribuições para a construção de um "Direito da Sustentabilidade". Revista Brasileira de Direito Ambiental, v. 13, p. 21-38, 2008.

Certeau, M. A escrita da História. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1982.

Del Priore, M.; Venâncio, R. Uma breve história do Brasil. São Paulo: Planeta do Brasil, 2010.

Fernandes, B. M. MST: formação e territorialização. São Paulo: Hucitec, 1996.

Holanda, S. B. (Org.). História geral da civilização brasileira. Tomo I: A época colonial. 1. v. Do descobrimento à expansão territorial. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1960.

Lima, E. C. Dissidência e fragmentação da luta pela terra na "Zona da Cana" nordestina: Alagoas, Paraíba e Pernambuco. 1. ed. Curitiba: CRV, 2013.

Mansano, S. R. V.; Nalli, M. Sustentabilidade e biopolítica: um problema para a contemporaneidade. Psicologia & Sociedade, v. 29, e156315, 2017. https://doi.org/10.1590/1807-0310/2017v29156315

Nascimento, F. R. O fenômeno da desertificação. Goi&acuirc;nia: EDFGO, 2013.

Novaes, C. R. Desenvolvimento sustentável na escala local; a Agenda 21 Local como estratégia para a construção da Sustentabilidade. Anais do Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade, Indaiatuba, 2002.

Pereira, A. A. Além das cercas: um olhar educativo sobre a Reforma Agrária. João Pessoa: Ideia, 2005.

Picolotto, E. L. As mãos que alimentam a nação: agricultura familiar, sindicalismo e política. Rio de Janeiro: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2011. (Tese de doutorado).

Santilli, J. Socioambientalismo e novos direitos: proteção jurídica à diversidade biológica e cultural. São Paulo: Peirópolis, 2005.

Schenato, V. C. Grupos sociais rurais além das fronteiras: construções indenitárias entre colonos e assentados no oeste paranaense. 1. ed. Curitiba: CRV, 2011.

Silva, S. R. Quilombos no Brasil: A memória como forma de reinvenção da identidade e territorialidade negra. Anais do XII Colóquio Internacional de Geocrítica, USP, São Paulo, 2012.

Thompson. E. P. A formação da classe operória inglesa: a árvore da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. v. 1.


 

ISSN 2359-1412