Revista Brasileira de Gestao Ambiental e Sustentabilidade (ISSN 2359-1412)
Bookmark this page

Home > Edições Anteriores > v. 11, n. 28 (2024) > Nascimento

 

Vol. 11, No 28, p. 761-776 - 31 ago. 2024

 

Fragilidade ambiental no alto curso da Bacia Hidrográfica do Rio Sepotubinha, Santo Afonso-MT, Brasil



Riamar Ramires da Cruz , Wandson do Nascimento Silva e Juberto Babilônia Sousa

Resumo
O presente trabalho apresenta um estudo desenvolvido na Bacia Hidrográfica no alto curso do Rio Sepotubinha, Município de Santo Afonso-MT, Brasil, cujo objetivo foi caracterizar as ocorrências tipológicas de solos, com ênfase na fragilidade ambiental potencial e emergente e foi realizada em etapas distintas, o levantamento bibliográfico, o levantamento dos tipos de solos, da declividade, do clima, da cobertura e do uso do solo e visitas in loco para entender a dinâmica físico-natural. Para realizar o reconhecimento da tipologia dos solos foram descritos a morfologia de cinco perfis de solos representativos da bacia hidrográfica. As amostras de solos foram destinadas para análise química e física, sendo definidas as seguintes coberturas pedológicas: Neossolo Quartzarênico Órtico Típico, Latossolo Vermelho Distroférrico, Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico, Plintossolo Argilúvico Distrófico e Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico. Após essas etapas foram produzidos os mapas de fragilidade potencial e fragilidade emergente, dentro das classes consideradas (muito baixa, baixa, média e alta), apresentou classe média dominante. Os resultados permitiram compreender o processo de transformação e a degradação ambiental da área em estudo, de modo a trazer reflexões sobre a vulnerabilidade e suscetibilidade dos recursos naturais presentes na área. Há a proeminente necessidade de planejamento e gestão ambiental acerca do uso e ocupação dos espaços físicos da bacia hidrográfica que possam garantir a sustentabilidade em longo prazo e reduzir os efeitos negativos ao meio ambiente.


Palavras-chave
Avaliação ambental; Fragilidade ambiental; Degradação ambiental; Caracterização de bacia hidrográfica.

Abstract
Environmental fragility in the upper reaches of the Sepotubinha River Basin, Santo Afonso-MT, Brazil. The present work presents a study developed in the hydrographic basin in the upper course of the Sepotubinha River, Municipality of Santo Afonso-MT, Brazil, with the objective of characterizing the typological occurrences of soils, with emphasis on potential and emerging environmental fragility, and was carried out in distinct stages, namely: bibliographic survey, survey of soil types, slope, climate, land cover and land use, and on-site visits to understand the physiognomic dynamics. To recognize the typology of the soils, the morphology of five soil profiles representative of the hydrographic basin was described. Soil samples were destined for chemical and physical analysis, defining the following pedological covers: Typical Orthic Quartzarenic Neosol, Dystroferric Red Latosol, Dystrophic Red-Yellow Argisol, Dystrophic Argiluvic Plinthosol, and Dystrophic Red-Yellow Argisol. After the presented stages, maps of potential fragility and emerging fragility were produced, within the considered classes (very low, low, medium, and high), presented a dominant medium class. The results allowed understanding the process of transformation and environmental degradation of the area under study, in order to bring reflections on the vulnerability and susceptibility of the natural resources present in the area. There is a prominent need for environmental planning and management regarding the use and occupation of the physical spaces of the hydrographic basin that can guarantee long-term sustainability and reduce negative effects on the environment.


Keywords
Environmental assessment; Environmental fragility; Ambiental degradation; Watershed characterization.

DOI
10.21438/rbgas(2024)112815


Texto completo

 Baixar este arquivo PDF

 


Referências
Aquino, A. R.; Paletta, F. C.; Almeida, J. R. (Orgs). Vulnerabilidade ambiental. São Paulo: Blücher, 2017.

ANA - Agência Nacional de Águas. Disponibilidade e demandas de recursos hídricos no Brasil. 2. ed. Brasília: ANA, 2007.

ANA - Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico. Conjuntura de recursos hídricos do Brasil, 2019: informe anual. Brasília: ANA, 2020.

Barros, A. M.; Silva, R. H.; Cardoso, O. R. F. A.; Freire, F. A.; Souza Júnior, J. J.; Rivetti, M.; Luz, D. S.; Palmeira, R. C. B.; Tassinari, C. C. G. Folha Cuiabá, SD. 21. Rio de Janeiro: Ministério das Minas e Energia, Projeto Radambrasil, 1982. (Levantamento de Recursos Naturais, v. 26).

Carvalho, D. F.; Cruz, E. S.; Pinto, M. F.; Silva, L. D. B.; Guerra, J. G. M. Características da chuva e perdas por erosão para diferentes práticas de manejo do solo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 13, n. 1, p. 3-9, 2009. https://doi.org/10.1590/S1415-43662009000100001

Carvalho, N. O. Fundamentos da hidrossedimentologia. In: Carvalho, N. O. (Ed.). Hidrossedimentologia prática. 2. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2008.

Castro, S. S.; Salomão, F. X. T. Compartimentação morfopedológica e sua aplicação: considerações metodológicas. GEOUSP Espaço e Tempo, v. 4, n. 1, p. 27-37, 2000. https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2000.123401

Castro, S. S.; Hernani, L. C. Solos frágeis: caracterização, manejo e sustentabilidade. Brasília: EMBRAPA, 2015.

Eakin, H.; Luers, A. L. Assessing the vulnerability of social-environmental systems. Annual Review of Environmental Resources, v. 31, p. 364-394, 2006. https://doi.org/10.1146/annurev.energy.30.050504.144352

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 2. ed. Rio de Janeiro: EMBRAPA, 2006.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Manual de métodos de análise de solo. 3. ed. Brasília: EMBRAPA, 2017.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 5. ed. rev. ampl. Brasília: EMBRAPA, 2018.

Gomes, M. A. F. Áreas frágeis no Brasil: subsídios à legislação ambiental. Jaguariúna: EMBRAPA Meio Ambiente, 2011. (Documentos/EMBRAPA Meio Ambiente, 87).

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Bases cartográficas contínuas - Brasil. 2019. Disponível em: <https://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_mapas/bases_cartograficas_continuas/bc250/versao2019/informacoes_tecnicas/Documentacao_bc250_v2019.pdf>. Acesso em: 25 out. 2022.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual técnico de geomorfologia. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

INMET - Instituto Nacional de Meteorologia. 2022. Disponível em: <https://portal.inmet.gov.br/>. Acesso em: 25 out. 2022.

Manale, A.; Sharpley, A.; DeLong, C.; Speidel, D.; Gantzer, C.; Peterson, J.; Martin, R.; Lindahl, C.; Adusumilli, N. Principles and policies for soil and water conservation. Journal of Soil and Water Conservation, v. 73. n. 4. p. 96A-99A, 2018. https://doi.org/10.2489/jswc.73.4.96A

MapBiomas Brasil. 2022. Disponível em: <https://brasil.mapbiomas.org>. Acesso em: 25 out. 2022.

Nunes, J. O. R.; Santos, C. A. M.; Mathias, D. T.; Miyazaki, L. P. C.; Fushimi, M. Diagnósticos e intervenções: estudos de caso sobre vulnerabilidade/fragilidade da paisagem e conservação dos solos. In: Oliveira-Costa, J. L. P.; Zacharias, A. A.; Pancher, A. M. (Orgs.). Métodos e técnicas no estudo da dinâmica da paisagem física nos países da CPLP - Comunidade dos Países de Expressão Portuguesa. Málaga: EUMED, 2022. p. 89-114.

Pignati, W. A.; Soares, M. R.; Leão, L. H. C. A cadeia produtiva do agronegócio, danos ambientais, acidentes de trabalho, agrotóxicos, doenças e pandemias: um resumo. In: Pignati, W. A.; Corrêa, M. L. M.; Leão, L. H. C.; Pignatti, M. G.; Jorge Mesquita Huet Machado, J. M. H. (Orgs.). Desastres sócio-sanitários-ambientais do agronegócio e resistências agroecológicas no Brasil. São Paulo: Outras Expressões, 2021. p. 95-111.

Ross, J. L. S. Análise empírica da fragilidade dos ambientes naturais antropizados. Geoambiente On-line, v. 8, p. 63-74, 1994. https://doi.org/10.5216/revgeoamb.v0i14.26003

Ross, J. L. S. Geomorfologia: ambiente e planejamento. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2012.

Santos, R. D.; Santos, H. G.; Ker, J. C.; Anjos, L. H. C.; Shimizu, S. H. Manual de descrição e coleta de solo no campo. Viçosa: SBCS, 2015.

Santos, R. M.; Nóbrega, M. T.; Paiva, R. G.; Silveira, H. Análise da fragilidade ambiental no Município de Tamboara-PR: aplicação e estudo comparativo de duas metodologias. Geoambiente On-line, n. 14, p. 93-120, 2010. https://doi.org/10.5216/revgeoamb.v0i14.26003

Spörl, C. Metodologia para elaboração de modelos de fragilidade ambiental utilizando redes neurais. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2007. (Tese de doutorado).

Takemori, N. K. Educação ambiental e cidadania. 2. ed. Curitiba: IESDE, 2013.


 

ISSN 2359-1412