Revista Brasileira de Gestao Ambiental e Sustentabilidade (ISSN 2359-1412)
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Vol. 6, No 13, p. 541-547 - 31 ago. 2019

 

Identidade e êxodo rural: uma reflexão social por meio do ensino de História



Raquel de Lourdes de Miranda e Silva Carmona , Emmanuel Paulino Luna , Carlos André Macêdo Cavalcanti , João Carlos de Miranda e Silva , Cícero Sousa Lacerda , Hercílio de Medeiros Sousa , Érika Marques de Almeida Lima , Josemary M. Freire Rodrigues de C. Rocha , Patrícia Tavares de Lima , Luciano Honório de Carvalho e Natália Marques de Almeida Lima Miranda

Resumo
Este artigo tem como objetivo a reflexão sobre o êxodo de jovens assentados no século XXI, tendo como eixo principal os arranjos políticos e ideológicos expressos nos livros didáticos e currículos escolares, que influenciam diretamente a prática docente e, consequentemente, o corpo discente, permeando uma experiência de estigma social visualizados nos jovens de famílias agricultoras em contato com o campo/cidade. As primeiras décadas do século XXI é o recorte temporal para uma abordagem qualitativa de cunho bibliográfico acerca desse processo, que vai buscar nos saberes históricos a importância do ensino de História na formação das identidades sociais. No mais, foi estabelecido o entendimento do contexto que vai para além do discurso da seca, acreditando que os saberes escolares modificam de maneira fundamental "as mentalidades" das minorias marginalizadas, dando a elas subsídios para o enfrentamento do sistema opressor em meio às relações sociais.


Palavras-chave
Jovens assentados; Êxodo rural; Ensino de História; Identidade.

Abstract
Identity and rural exodus: a social reflection through History teaching. This article aims to reflect on the exodus of young people settled in the 21st century, having as its main axis the political and ideological arrangements expressed in textbooks, school curricula that directly influence the teaching practice, and consequently the student body, permeating an experience of social stigma seen in young people from farming families in contact with the countryside/city. The first decades of the 21st century is the time frame for a qualitative bibliographical approach to this process, which will seek from historical knowledge the importance of teaching History in the formation of social identities. In addition, an understanding of the context that goes beyond the drought discourse has been established, believing that school knowledge fundamentally changes the "mentalities" of marginalized minorities, giving them subsidies to confront the oppressive system in the midst of social relations.


Keywords
Young people seated; Rural exodus; History teaching; Identity.

DOI
10.21438/rbgas.061321

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