Serviços ecossistêmicos para o desenvolvimento socioeconômico e bem-estar humano: o caso do Município de Raposa, Maranhão

Brenda Hellen Izidio de Paiva , Elienê Pontes de Araújo , Danúbio Campos Pinheiro , Idevan Gusmão Soares , Hauanen Araújo Rocha , Gabriela dos Santos Amorim , Camila dos Santos Pires e Eduardo Bezerra de Almeida Jr.

Resumo
O presente estudo tem por objetivo analisar os serviços ecossistêmicos do município de Raposa, no Estado do Maranhão, por meio de mapeamento de uso e cobertura do solo e de mapeamento participativo. Para identificar, listar e mapear os principais serviços ecossistêmicos que contribuem para o desenvolvimento socioeconômico do Município de Raposa, foi realizado o mapeamento do uso e cobertura do solo do território e um mapeamento participativo por meio de entrevistas semiestruturadas. As classes de uso e cobertura do solo mapeadas foram água, apicum, dunas, manguezal, restingas, uso agrícola, uso urbano e vegetação secundária. Os principais serviços ecossistêmicos citados foram o pescado, os mariscos, as hortaliças, o artesanato e o turismo, que estão diretamente ligados ao estilo de vida e à cultura local dos moradores entrevistados. As classes água e manguezal foram as que mais contribuíram para a provisão de serviços ecossistêmicos, o que se relaciona ao modo de vida e a história do município de ter sido originado por pescadores que deixaram essa herança cultural até os dias de hoje. Para o manguezal, a grande influência está na extensão territorial e na riqueza em biodiversidade ofertada por esse ecossistema. Esse estudo evidencia importantes dados que destacam os principais serviços ecossistêmicos que podem trazer benefício socioeconômico para a população do Município de Raposa. A integração de informações sobre os serviços ecossistêmicos para o planejamento de desenvolvimento dos municípios é uma estratégia vantajosa para direcionar a tomada de decisões e elaborar projeções e cenários para a oferta e a demanda desses serviços no município, contribuindo com a administração pública e beneficiando a população.

Palavras-chave
Biodiversidade; Mapeamento do uso e cobertura do solo; Mapeamento participativo; Desenvolvimento sustentável; Zona costeira.

Abstract
Ecosystem services for socioeconomic development and human well-being: The case of the Municipality of Raposa, Maranhão State. The present study aims to analyze the ecosystem services in the Municipality of Raposa, Maranhão State, through mapping land use and coverage and participatory mapping. To identify, list and map the main ecosystem services that contribute to the socioeconomic development of the Municipality of Raposa, a mapping of land use and land cover and a participatory mapping through semi-structured interviews was carried out. The classes of land use and cover mapped were water, apicum, dunes, mangroves, restinga, agricultural use, urban use and secondary vegetation. It was found that the main ecosystem services mentioned were fish, seafood, vegetables, handicrafts, and tourism, which are directly linked to the lifestyle and local culture of the interviewed residents. The water and mangrove classes are the ones that most contribute to the provision of ecosystem services, which is related to the way of life and the history of the municipality of having been originated by fishermen who have left this cultural heritage until today. For the mangrove, the great influence is on the territorial extension and the richness in biodiversity offered by this ecosystem. This study brings important data highlighting the main ecosystem services that can bring socioeconomic benefits to the population of the Municipality of Raposa. The integration of information about ecosystem services for the development planning of municipalities is an advantageous strategy to direct decision-making and elaborate projections and scenarios for the supply and demand of these services in the municipality, contributing to public administration and benefiting the population.

Keywords
Biodiversity; Mapping land use and cover; Participatory mapping; Sustainable development; Coastal zone.

DOI
10.21438/rbgas(2023)102633

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